Nossa, nem sei quantas coisa já cogitei abordar. Hoje. A noite foi boa de um jeito diferente. Diferente porque não tenho muito o que falar do rock'n roll. Na verdade a cobertura desse domigno foi menos música e mais "gente"! Assim fica didático.
Acho que tudo acabou pendendo mais pra um contato de pessoalidades, mais risadas, mais figurinhas trocadas. Até elegi as minhas personalidades favoritas da noite: O par de seguranças, advogados nas horas vagas. A Jose, do bar. O Luiz Miguel, o guri de 9 anos na caravana da Test Drive. Além, claro, da efervescência na mesa bamba do QG da cobertura. Só vendo (e ouvindo) pra crer.
Essa noite foi outra vibe. Uma meninada, mais jovem do que nos acostumamos a ver, veio chover no Alona, acompanhados dos pais e nem por isso menos animados. De cara as calças coloridas, os tênis pesados e fluorescentes - e a suposta pouca idade - viraram motivo de piada. Mas ao fim, essa galera me fez pensar que aquilo era só um espírito diferente daquele com que lidamos normalmente. E a noite toda foi esse "espírito diferente".
Eu, do meu lado, me senti mais à vontade pra falar com o pessoal das bandas, com os seguranças, com o Luiz Miguel. O pessoal da colaborativa se sentiu à vontade pra "desabafar" rede a fora. E a garotada? Eles estavam très à vontade. Entraram e saíram quando quiseram, beberam perto e longe dos pais, fumaram lá fora, sorriram pra câmera e até fizeram coro na tentativa de tirar um vocalista do palco.
É claro que esse espírito não tira a graça (e eventual acidez) da situação, nem nunca vai tirar. Mas o fato é que, pegando pesado ou não, foi essa galerinha aí que botou toda a graça e bom-humor na nossa noite. Não fossem eles, seriamos apenas colaboradores falando sobre como nos faltou o bom e velho rock'n roll. Mas agora podemos dizer que, além da saudade do rock clássico,do zunido estridente e da fluorescência juvenil, ficou na cabeça aquela questão que há pouco veio nos incomodar: Que caminho restará ao rock'n roll?
Com ou sem ironia, pra mim foi isso o que pairou no ar. É um caso que pode ser discutido até o Outubro do Demosul. Ou podemos apenas nos encontrar pra tomar uma cerveja descompromissada. O que parece é que, musicalmente, podia ter sido melhor. Mas humanamente, fechamos as prévias com aquilo que chamam de... como é??? Chave de ouro! E, agora com prática e tempo de casa, que venha o Demosul número 10!
5 comentários:
Queria começar agradecendo à galera da colaborativa que posta aqui nesse blog, por elogiar a maioria da galera que estava lá, falando que somos adolescentes...rs (cabe a mim dizer que isso é um elogio, sendo que a maioria da "caravana" como vcs mesmo disseram entram na faixa etária de 20 e 25 anos)
Mas, questiono o fato com uma pergunta...Qual o problema de uma mãe ir com seus filhos em um show/evento cultural onde o intuito maior é promover acima de tudo a MUSICA, seja ela qual for, de onde venha e a que faixa etária ela atinge?
Se pra vocês o bom e velho "rock and roll" se resume em sexo, drogas e bla bla bla, pra muitos, não.
Acontece que atualmente a cena mudou, a musica mudou, e acho que não podemos julgar pela maioria, mas isso é tudo uma questão de opinião.
Pra finalizar eu queria apenas dizer que nós vivemos num país democrático, onde O poder está nas mãos do povo num todo, esse todo sendo crianças, idosos, adolescentes, adultos de QUALQUER faixa etária...críticas são sempre bem vindas, então, que a de vocês tenha vindo apenas para acrescentar.
Que belo texto. Gostei muito!
Seu texto é um exemplo a ser seguido Isabela. Posso seguramente afirmar - não que eu seja porra alguma - você não precisa deste curso técnico, o jornalismo, para prender, criticar, sugerir e transmitir impressões sobre fatos.
Explicando. O texto é um exemplo justamente por unir todos estes ítens citados com leveza e intensidade ao mesmo tempo, sem falar na sutileza. Você faz um tipo de crítica que "não tem como" derrubar, é honesta, é reflexiva também, é um monte de coisas que me fogem ao vocabulário escasso.
O texto é lindo e eu já sou fã dos seus posts que virão no Demo Sul, sério. Isto na real, alguém talvez pense, só aumenta a responsabilidade. Mas tenho certeza que vc vai tirar de letra! ;)
Bom, Carol, gostaria de dizer que, de verdade, teu comentário me agradou.
Acho que tu percebeu que na colaborativa ninguém tem a intenção (e, de minha parte, digo que nem O poder) de derrubar alguém.
Além disso, sabemos que as bandas foram pré-selecionadas para só então tocar nas prévias, assim, como poderiamos criticar pais, certamente orgulhosos, que VIAJARAM pra prestigiar seus filhos? Certamente não o fariamos.
O que aconteceu (e, já que leu o texto, deves ter percebido) foi uma surpresa de minha parte. Em algum parágrafo perdido desse post eu disse que a noite de domingo foi de um espírito diferente do que estamos acostumados a ver. Não disse melhor, não disse pior. Apenas diferente.
Eu não costumo medir a qualidade do rock por seu envolvimento com drogas, sexo, ou qualquer outra coisa que nos remeta aquele woodstock. É mais que isso. Gosto do que me agrada os ouvidos, claro, mas também gosto do que meche com a mente e o espírito das pessoas. Pra mim, essa "nova cena" ainda deve um pouco "ao bom e velho rock'n roll" nesse assunto, mas é pra mim, a minha opinião. Eu estaria mentindo se escrevesse algo diferente disso. E você tem razão, estamos num país democrático(ao menos musicalmente, mas não entremos nesses detalhes), e prova disso são os comentários que estamos recebendo em defesa absoluta das bandas de domingo. Quem dera todos esses comentários fossem tão elegantes e educados quanto o teu!
Obrigada.
E, Gabriel e Thamiris, muito obrigada, de verdade!
Nem preciso contar a vocês que sem esse feedback não seriamos nada, e é essa pressão (sim, uma pressão) que nos faz ter mais responsabilidade e compromisso com o que tornar público. E vá lá, parabéns ao Gabriel também e ao Marcelo, pelas prévias, pela cobertura e por tudo o mais!
PS:Se depois desse comentário eu resolver largar o curso o Gabriel vai ter que me dar um emprego! Pode ser? hauhauhauah
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