18/10/2011

Em tempos (chuvosos) de Demo Sul


Atraso? Muito
Aviso divino? Pode ser.
O primeiro final de semana do Demo Sul trouxe experiências que já possibilitaram que a 11ª do festival se tornasse inesquecível antes mesmo de acabar. De tudo, a conclusão que tiro é que a luta para chegar em Londrina a tempo de respirar os ares renovados que o festival traz todos os anos à cidade valeu a pena.

Estive, há pouco mais de uma semana, no Festival Sem Paredes, em Juiz de Fora (MG). De lá, trouxe na velha mochila florida, pão de queijo, doce de leite e as gostosuras de um povo mega estimulado em trabalhar com uma comunicação livre, criativa e sensível à primeira pessoa do singular. A saudade você encontra apertando este botãozinho aqui ó. Mas, algo antecedia o final de semana: atraso no vôo para São Paulo. Seria um aviso?

Fórum da Internet, São Paulo
Próxima parada: São Paulo. A pauta era o Fórum de Internet no Brasil. Mais de 18 estados brasileiros hospedados na Casa Fora do Eixo São Paulo pautando no fórum e na casa aquilo que pude vivenciar neste final de semana, aqui em Londrina: como fazer uma comunicação livre, unindo e compartilhando nossos conhecimentos de forma construtiva e propositiva.

E já que nosso tempo não aceita mais conceitos centralizados e ações isoladas, enquanto alguns de nós estávamos no fórum, outros passavam a tarde de sexta no Garagem Hermética, cenário da Oficina de Mídia Livre, que antecedia a organização da Cobertura Colaborativa do festival.

Oficina de Midia Livre, Londrina



Mas, opa, outro atraso, agora de São Paulo para Londrina. A terra da garoa garoou tanto que segurou por mais de uma hora o vôo e após sua decolagem, chacoalhamos, chacoalhamos e tentamos, dentro do avião, "enturmar". Porque ô hora boa pra querer novos amigos quando um avião tem turbulências mil. Fora da rota esperada, pousei em Presidente Prudente (SP) e fui de van até Londrina, puta por não acompanhar o show de O Melda, coisa que a
cobertura colaborativa deste ano fez muito bem. Aliás, eita equipe massa essa da colaborativa desse ano, hein?! Povo hiperativo e com uma sede de novidade sem igual.


A loucura roqueira e ousada de O Melda (BH) eu pude conhecer melhor no dia seguinte, durante a rodada de negócios, no Barbearia Bar. Na mesma noite de O Melda, rolou ainda o bom e conhecido balanço rouco de Brazilian Cajuns e o peso pesado do rock dos Krappulas, que mostraram que turbulência mesmo se faz na Vila Cultural Alona. Hora de descansar, o sábado prometia muito mais. Enquanto isso, vídeo do primeiro dia de festival:


Sábado, 10h
Meta do dia: buscar o Kareka no aeroporto
Frase do dia: ele chega de ônibus

Talvez agora seja o momento que você, leitor, pense. "Filha, por que insistir no transporte aéreo londrinense?" Pois é, também não sei. Deve ser porque, este ano, o chuvoso Festival Demo Sul está mais conectado do que nunca e nos "inundando" (HÁ!) no campo da troca de conhecimento.

13 horas de viagem a mais
 
Já recebemos estudantes de jornalismo para entrevista sobre o festival, trabalho de fotojornalismo, produção de revista sobre cultura e este da foto aqui do lado, o Kareka, que está fazendo seu TCC com o blog do Demo Sul.

Ele veio nada menos de Santa Maria para Porto Alegre e de Porto Alegre para...? para..? Muito bem, Chapecó! O vôo do gaúcho também pousou fora do local esperado e o fez viajar de van até Londrina. Resultado: era para chegar às 10h, chegou na terra roxa às 23h30min.

Direto pro Hotel Sumatra, fomos a mais uma cobertura colaborativa, agora com as bandas Osso e Dente, Monkberry e Móveis Coloniais de Acajú. Da primeira banda, o que dizer? Talvez resumir que eles não venceram as prévias, mas conquistaram o público de tal forma que foram convidados não somente a se apresentar no festival, como fazer isso em uma noite "de gala". Mérito da banda, de sua qualidade, humildade e cara de pau exemplar.


Aí foi a vez de Monkberry. Parceiraços do Fora do Eixo em Londrina; sempre é bom vê-los se apresentar. Bom som, profissionalismo ponta de linha e CD novinho, aguardando só o Demo Sul 2011 para ser lançado. Minha única preocupação é fazer com que eles se convençam que Farmácia e afins não dá futuro não; bom mesmo é viver de cultura.

Por fim, Móveis. Que de fato são móveis. Movem pra lá, movem pra cá, pulam, chacoalham, tremilicam os olhos, ouvidos e corpos de qualquer um, tudo ao mesmo tempo e sem uma única desafinada. Difícil acompanhar, impossível não imitar. Coloniais? Não sei, prefiro dizer "Coloquiais". Sempre simpáticos e informais, brincam com o público, batem papo na banquinha, tiram fotos, espalham sorrisos harmônicos como a música que carregam consigo. Taí, sugiro que alterem para Móveis Coloquiais de Acajú. O pedido de casamento que rolou durante o show eu deixo para o Blanco contar no post Móveis Matrimoniais de Acaju. Abaixo outro vídeo, com entrevista com Osso e Dente, Monkberry e Móveis Coloquiais de Acaju.


E assim encerro meu texto, que já se prolongou demais, eu sei. Faltou contar que integrantes do móveis também perderam o avião, que o escritor Felipe Pauluk tá com uma coluna fantástica dentro do blog do Demo Sul e que eu (paia) me escondi durante o show do Móveis porque tava escalada pra tuitar, mas não queria sair de perto do palco. Mas, tudo bem, termino com esse gostinho bom de fim de semana cansado de tanto viver e viver bem.

Aliás, aproveito para colar abaixo a imagem do Clima Tempo e já deixar o recado: galera, pode vir até mesmo de avião, o fim de semana vai ser bonito demais para os debates, VII Simpósio de Música Independente, mostra de filmes.os próximos seis shows, que se encerram com a apresentação de BNegão & os Seletores de Frequência.


Vai na fé que não vai chover ;)
 

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