18/09/2010

Antes que a poeira baixe..

...Vamos falar um pouco mais sobre o que se passou nas prévias. Melhor, o que se obteve delas. Esta nova dinâmica, que deu ao público a responsabilidade de definir parte da programação do Festival, fomentou algumas discussões.

As Prévias foram uma boa? - Em coletiva, questionou-se a competência das prévias Demosul. Como a banda Mescalha ao argumentar que o voto popular pode acabar favorecendo bandas de Londrina e região, enquanto que bandas ‘de fora’ podem ser prejudicadas por não possuírem um publico mais cativo que esteve presente para votar. E de fato, as bandas mais votadas a se apresenterem no Demosul são de Londrina e adjacências.

A réplica dos organizadores do Festival foi de que o objetivo das prévias é tornar o processo mais democrático, dar a responsabilidade ao público. “As prévias não foram para eleger a melhor banda, mas a banda que agrada o público. Dar oportunidade a bandas que provavelmente não seriam selecionadas no formato antigo”, explica Marcelo Domingues, idealizador e organizador do Festival.

Marcelo também acrescenta que as prévias são um processo ainda em laboratório. Planeja-se para o ano que vem, algumas mudanças como o encargo de que cada pessoa vote em duas bandas por noite. “Assim, a pessoa não vota só na banda do amigo, ela também vai ter que escolher um outro favorito”, esclarece.

A diversidade do DIY – Os diversos gêneros que passaram pelo palco da Alona refletiram o material que os organizadores recebem de bandas querendo participar do Demosul.

Mas muito se comentou a respeito das bandas ‘calça colorida’ - termo instituído por posts deste blog - no último dia das prévias. Alguns comentários, em tom de crítica. “Durante as inscrições nós recebemos uma pilha assim de material [Marcelo demonstrando uma pilha imaginária bem alta] dos ‘calças coloridas’, enquanto que bandas de reggae e heavy-metal, por exemplo, tinham uma pilha assim [demonstrando uma pilha irrisória]”. E Luiz, organizador do festival, diz: “Essa é uma outra geração que está surgindo. É preciso ter essa abertura”. É assim que se desenvolve uma cena musical.

E ainda a respeito da cena independente em Londrina, os organizadores levantaram outras questões. O espírito DIY – Do It Yourself – que surgiu no movimento punk nas ruelas inglesas dos anos 70, parece esmorecer nas bandas de Londrina. A idéia de fazer o trabalho com as próprias mãos nunca esteve tão ao alcance dos dedos. “Uma banda precisa saber se promover. Hoje, é muito mais fácil gravar seu próprio álbum, divulga-se sua música no Myspace e não falta lugar para tocar em Londrina”, diz Marcelo.

No entanto, as bandas londrinenses tendem a se amparar em covers, para dar ao público o que eles querem. “O Demosul é o maior exemplo de que existe público interessado em trabalho autoral”.

Muito a se discutir. Considere só um começo para o que está por vir com o Simpósio de Música Independente, no dia 21 de outubro e, é claro, os aguardados nove dias de FESTIVAL DEMOSUL.

No post abaixo, vídeo da entrevista com Marcelo e Luiz.

2 comentários:

sr araujo disse...

Viva o não cover:)

Glaydson Soares Filho disse...

E ae galera da Demo Sul, nós da AERO fizemos um documentário do show da Prévia, só soltamos a primeira parte!

vejam em: http://www.youtube.com/user/aerooficialtv

abração.