Hoje acontece o V Simpósio de Música Independente as 14h na Secretaria de Cultura. Um dos convidados, Atílio Alencar (Macondo Coletivo) - que viajou mais de 20 horas até chegar em Londrina - adiantou-nos em entrevista por email um pouco do que ele vai transmitir no Simpósio. Acompanhe.
Gostaria que você falasse da formacão de agentes culturais adotando o conceito de Coletivos, dentro desse sistema de trocas, cooperativismo e apontando para vários seguimentos que nao exclusivamente a musica.
Atílio Alencar: Falar em redes colaborativas, coletivos de trabalho, etc, hoje, é muito mais do que mera metáfora: de fato, a organização em redes hoje é expressão de formas novas de comunicação, de cooperativismo, de economia criativa e solidária. Na cultura, especificamente, isso aponta para rupturas com antigos modelos, baseados em especialização, mediação, alienação... Creio que a proliferação de coletivos, articulados em redes on-line e off-line, aponta para uma democratização da cultura, mas uma democratização de fato, que prima por tratar a cultura como um elemento indissociável da vida cotidiana, e não como um artigo de luxo reservado à poucos. E isso necessariamente tem a ver com princípios que regem o universo independente, que já se anunciavam há muito, e que ganham mais potência justamente quando cada indivíduo passa a encarar sua expressão como manifestação cultural. Há um legado inegável aí do velho "faça você mesmo", mas revigorado, atualizado...
Hoje os Coletivos ligados ao Circuito Fora do Eixo estão divididos e organizados também em regionais. Nesse caso, como está a integracao da regional Sul com o Circuito?
O Circuito Fora do Eixo é com certeza um dos exemplos mais agudos de organização em rede no contexto atual da cultura independente: realizando a integração entre pontos distantes do Brasil, estimulando a troca de tecnologias de trabalho e horizontalizando as relações na cadeia produtiva da música - e não só dela. No caso específico do Sul, ainda por conta de uma certa herança de isolamento entre os três estados sulistas, avançamos devagar rumo a uma integração mais concisa. Mas temos superado certas barreiras culturais, um tanto elitistas, que nortearam nosso modus operandi por um bom tempo. E muito graças ao arejamento que a relação com outros pontos Fora do Eixo tem proporcionado, no sentido de superar aquela velha concepção de centro versus margem.
E finalmente sobre os rumos para os quais o Circuito e, especificamente a regional Sul, estão apontando.
Acho que já é um avanço enorme a gente aqui no Sul estar puxando isso de integração, de encontro presencial, de grupo de discussão...porque dominamos os conceitos envolvidos, mas estamos só agora engrenando na prática efetiva de estabelecer laços mais consistentes. É importante que a gente dê este passo agora, somos muito produtivos, e o encontro da Regional Sul CFE durante o Macondo Circus 2009 será de máxima importância para que a gente assuma de vez nosso papel nesta rearticulação que está em curso na música e na cultura do país.
Gostaria que você falasse da formacão de agentes culturais adotando o conceito de Coletivos, dentro desse sistema de trocas, cooperativismo e apontando para vários seguimentos que nao exclusivamente a musica.
Atílio Alencar: Falar em redes colaborativas, coletivos de trabalho, etc, hoje, é muito mais do que mera metáfora: de fato, a organização em redes hoje é expressão de formas novas de comunicação, de cooperativismo, de economia criativa e solidária. Na cultura, especificamente, isso aponta para rupturas com antigos modelos, baseados em especialização, mediação, alienação... Creio que a proliferação de coletivos, articulados em redes on-line e off-line, aponta para uma democratização da cultura, mas uma democratização de fato, que prima por tratar a cultura como um elemento indissociável da vida cotidiana, e não como um artigo de luxo reservado à poucos. E isso necessariamente tem a ver com princípios que regem o universo independente, que já se anunciavam há muito, e que ganham mais potência justamente quando cada indivíduo passa a encarar sua expressão como manifestação cultural. Há um legado inegável aí do velho "faça você mesmo", mas revigorado, atualizado...
Hoje os Coletivos ligados ao Circuito Fora do Eixo estão divididos e organizados também em regionais. Nesse caso, como está a integracao da regional Sul com o Circuito?
O Circuito Fora do Eixo é com certeza um dos exemplos mais agudos de organização em rede no contexto atual da cultura independente: realizando a integração entre pontos distantes do Brasil, estimulando a troca de tecnologias de trabalho e horizontalizando as relações na cadeia produtiva da música - e não só dela. No caso específico do Sul, ainda por conta de uma certa herança de isolamento entre os três estados sulistas, avançamos devagar rumo a uma integração mais concisa. Mas temos superado certas barreiras culturais, um tanto elitistas, que nortearam nosso modus operandi por um bom tempo. E muito graças ao arejamento que a relação com outros pontos Fora do Eixo tem proporcionado, no sentido de superar aquela velha concepção de centro versus margem.
E finalmente sobre os rumos para os quais o Circuito e, especificamente a regional Sul, estão apontando.
Acho que já é um avanço enorme a gente aqui no Sul estar puxando isso de integração, de encontro presencial, de grupo de discussão...porque dominamos os conceitos envolvidos, mas estamos só agora engrenando na prática efetiva de estabelecer laços mais consistentes. É importante que a gente dê este passo agora, somos muito produtivos, e o encontro da Regional Sul CFE durante o Macondo Circus 2009 será de máxima importância para que a gente assuma de vez nosso papel nesta rearticulação que está em curso na música e na cultura do país.
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