13/09/2010

Pelo bom e velho rock'n'roll

Quando eu nasci, o rock'n'roll já tinha morrido.

Eu aprendi isso com 13 anos, num dos filmes que até hoje é um dos meus favoritos, 'Almost Famous' ou 'Quase Famosos'.

Na época, apesar de ter crescido ouvindo os clássicos, eu não tinha muita idéia do que isso realmente queria dizer, afinal, eu ainda ouvia todo mundo que reinou na época de glória do rock e ainda rolavam algumas bandas nas rádios que faziam um som visu.

Mas hoje, quando eu paro pra pensar na comercialização que virou o mercado musical, em todo o lixo que é produzido somente visando o lucro, nas porcarias que os adolescentes escutam, nas músicas que bombam nos top 10 ... eu penso se eu realmente não devia vestir meu luto pelo bom e velho rock'n'roll.

Mas graças a Deus nem tudo está perdido. Tem uma galera muito firmeza ai que eu tenho certeza que se sente tão frustrado quanto eu. Só que ninguém entregou os pontos. Cada um procurou sua forma de difundir as idéias e o som próprio, sem pensar em selo de gravadora, em tocar no top 5, em vender calçar coloridas, e assim o rock tem sido salvo e quem curte mesmo sabe aonde procurar.

Você provavelmente não vai encontrar os melhores cd's nas prateleiras de 'novidades' das lojas, mas você vai achar muita coisa mtooo boa na internet, no myspace, em shows que a sua mãe provavelmente não ia gostar muito que você fosse.

Mas a idéia do rock sempre foi essa não?? O diferente. Aquilo que você achava que já não era possível, aquilo que a galera não vai entender, que vai achar nada haver, mas enfim, quem conhece, entende.

Não é todo mundo que está disposto a ficar horas dentro de um cafofo quente, ouvindo diferentes bandas, pra escolher quem vai tocar num festival só no próximo mês, só pra lutar pela música alternativa, pela forma alternativa de produzir, de ver a vida.

E hoje, 7 anos depois de ter assistido 'Quase Famosos' pela primeira vez, eu que sonhava um dia viver daquele jeito e sempre tive certeza que jamais iria, me sinto como o menino do filme, que vai cobrir a turnê duma banda mucho loca pela revista Rolling Stone, e se vê perdido entre ficar lá escrevendo sobre as bandas ou ir lá se jogar no som. E também como a famosa tiete, Penny Lane, que sabe o seu lugar no meio do rock e que tá lá pra viver tudo isso e fazer o seu papel entre tanta música boa e uma nova fase pela qual a música tá passando.

E é isso aê. Eu tenho certeza que o que a galera tá fazendo ali no Demo Sul, esse lance de comunicação colaborativa, onde a gente não tá ali só pra 'vender informação', mas para promover o rock alternativo, pra mudar o quadro musical atual e pra fazer a diferença num mundo onde todo mundo é praticamente igual, vai fazer uma diferença enorme nesse meio todo. Estamos todos vivendo uma época de transição da música, e eu me sinto exatamente no meio de tudo isso, lutando da minha forma pra fazer o melhor.

E ainda bem que tem muita gente lutando junto!!

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