17/10/2010

Essa tal cobertura colaborativa - II

Essa coisa de colaborar tá mexendo comigo. A cada noite vou me sentindo mais íntima de músicos que não moram na minha cidade. De músicos que não tem a minha idade. De músicos que, às vezes, nem falam a minha língua. De músicos que, até ontem, eu nem conhecia.

Essa coisa de colaborar tá mexendo com a gente. Recebo ofertas de carona, porque pra colaborar é preciso. Recebo convites para dormir n'outra casa, porque também pode ser preciso. E quem oferta é alguém que sabe meu nome, que conhece a minha cara, minha voz, mas que, há um mês, não sabia nem que eu existia. Não sei se dá pra entender bem o que eu quero dizer... Até com o jeito da gente dizer as coisas essa colaborativa andou mexendo. Ah, essa colaborativa, estranhamente genial.

Acabo de voltar da terceira noite do festival Demo Sul. Hoje é domingo (pelos próximos 19 minutos) . Eu devia estar cansada, e estou na verdade, mas, mais que cansaço, olhando pra este fim de semana de Demo Sul eu sinto uma enorme satisfação. Um orgulho bobo até. De ver como isso funciona, de ouvir os elogios que nos fazem, e que nós mesmos nos fazemos. Orgulho dessa relação meio cúmplice que estabelecemos. E, de minha parte, orgulho de já reconhecer o estilo que cada um de nós aplica ao colaborar. Os reflexivos já são a cara do Thiago, e mesmo que ele desse outro título, nós reconheceríamos. As fotos da Luh, da Renata, da Tate, levam um pouco da visão de cada uma delas, e são fantásticas. Os textos da Tati, que elogiam e criticam com classe aqueles que merecerem. E, nossa, é tanta gente e tanta coisa, não é?

Olhando pros últimos dias eu concluo, modesta e felizmente, que estamos nos dando bem, cada um e todos juntos. Que essa colaborativa reflete, inclusive, o sucesso que a décima edição Festival está tendo. Não sei, galera, acho que, no fundo, cheia dessa minha pretensão, estou escrevendo este texto pra nos elogiar. Pra dizer que me sinto muito à vontade trabalhando com vocês, e que às vezes acho uma piada chamar isso de trabalho. Porque, poxa, a gente acaba se divertindo tanto, não é?!

As observações sobre o show desse domingo ficam pra amanhã, talvez depois, pra fazermos uma coisa de cada vez. A princípio só gostaria de deixar registrado que essa noite me lembrou em muito o último domingo das prévias. Não só pela presença da Test Drive (que foi a vencedora do domingo referido), mas pelo clima geral. Pelo entrosamento, a liberdade que sentimos. E as "eleições" humoradas que, em off, fizemos (ai, essas solteiras na ilha). Dessa vez, devo dizer, o som estava melhor, inclusive o som da criticada Test Drive. Mas o mais importante, mais uma vez, foram as piadas e as ideias trocadas, dos lados de dentro e fora do Alona. E claro, os nossos pés e cinturinhas balançando ao som de (quase) todo acorde tocado.

Essa colaborativa virou um aconchego, e eu gosto de me sentir em casa.

2 comentários:

Tatiana Oliveira disse...

"Os nossos pés e cinturinhas balançando ao som de (quase) todo acorde tocado".

Oh, Isabela, teu texto é tão delicado quanto você! E eu concordo, é mesmo uma piada chamar isso de trabalho, rss. Com vocês, eu queria me formar e viver de Demo Sul, será que tem como?

Isabela Cunha disse...

Ahhh, Tati, o que eu mais queria é que tivesse. A gente merecia que isso continuasse. Eu escrevo esses textos, sobre a colaborativa, no maior orgulho. De ver a galera mandando bem e se dedicando ao que faz. E, o melhor, curtindo isso tudo,e aprendendo enquanto dança, canta, bebe (hahaha).

Vamo, vamo fazer o Demo Sul durar pra sempre!?