23/10/2010

O Tom que foi e o Pato que vem


Ontem eu vi, pela primeira vez na vida, o Tom Zé ao vivo. A primeira palavra que eu ouvi, da plateia, foi " gênio!". E eu to aqui, até agora, procurando palavras que ainda não tenham dito a respeito do homem. Difícil, muito difícil!

O Tom é uma criança de 73 anos, e o palco é o play ground dele. Eu sinceramente não sei quantas bandas passaram pelo Demo Sul desde as prévias, mas posso dizer seguramente que não teve uma única com o mesmo pique, com o mesmo ânimo, com o mesmo sorriso. E com tantos elogios à Londrina.

O Tom disse que seus amigos todos queriam vir pra cidade, que a Rita Lee queria entrar na mala. E até compôs uma música dizendo que "se soubesse que em Londrina tinha tanta moça pra casar, tinha feito doze filhos e mandado todos eles pra cá" e fez questão de ensiná-la ao público que já acompanhava o aquecimento pro show. E cantou-a, seguido a risca por quem apreciava a apresentação, cantou junto com o Fliperama, o Pirolito da ciência, iiii, foi tanta musica. Boa. E o show ainda teve o bis mais bonito que eu já vi. Bis feito com boa vontade, com as músicas que o público pedia, às vezes até cantadas à capela, pelo Tom, que durante o show desceu do palco e se aproximou da plateia, acredita? Corajoso, confiante, experiente, animado, à vontade... Gênio!

Quando o show acabou, eu nem imaginei que fosse rolar a entrevista tão esperada, fiquei só imaginando como seria o show do Pato Fu! Show que acontece hoje, no mesmo palco do Tom e, como ele, também será a última atração da noite - e do Festival.

O Pato Fu, que a gente tanto espera, é uma banda que pode exemplificar muita coisa. O primeiro disco, o Rotomusic de Liquidificapum (1993) foi lançado por um selo mineiro independente, o Cogumelo. Depois dele, a banda assinou com a BMG, multinacional com que permaneceu até 2005, quando lançaram o Toda Cura Para Todo o Mal. Depois de 2005 a banda voltou pra indie music, mas de um jeito diferente: o casal Fernanda Takai e John Ulhoa têm, em sua própria casa, um estúdio que dá vida ao selo próprio: o Rotomusic. Foi nesse esquema que lançaram o Daqui pro Futuro(2007) e, agora com 18 anos de carreira, o décimo álbum da banda: o Música de Brinquedo.

O música de brinquedo é, quem ouviu sabe, uma coisa fofa demais. A banda faz releituras da MPB, do pop e até do rock nacional, só com instrumentos de brinquedo. E, a parte mais legal na minha opinião, é que não se tem a intensão de superestimar os instrumentos/brinquedos. Ao contrátio, as músicas são tocadas com a consciência plena de que os instrumentos são brinquedos, e que é essa brincadeira o que se pode tirar deles. Com todas as limitações. O álbum é realmente demais, mas parece que não será a trilha da noite.

A moda do Tom, o show de hoje promete um "liquidificapum". Grandes hitz, músicas de todos os dezoito anos, isso, claro, na medida do tempo e das possibilidades. É bom deixar claro que não tive acesso à Play List do show (quem me dera), mas essa é a minha aposta: músicas do Rotomusic, o álbum, músicas que foram trilha de novela e que estouraram nos tempos de BMG, e músicas do Rotomusic, o selo, que estão mais frescas na nossa memória.

E vocês, têm apostas? Músicas que queriam muito ouvir? Preferências? Eu tenho é uma expectativa absurda. Demo Sul na reta final, e -desde ontem- fechando o Festival com chave de ouro!

A noite traz ainda: 220 Skabar, Trilobit, Grenade, Monkberry, Locodillos e The Name. Eu falei, ué, chave de ouro!

2 comentários:

César disse...

Eu quero 1.8! MUITO!

Isabela Cunha disse...

Então vamos torcer, César! Eu quero qualquer uma do Música de Brinquedo. Sou apaixonada! ^^